a força que me alimenta é frágil... há muito que desisti da vida... mantenho acesas algumas chamas essenciais..
o sorriso mecânico apenas disfarça um ermetismo ensimesmado intransponível.
falas de nada, sons abandonados para preencher um espaço estéril.
já não há esperança. não há fé. resta um esforço de sobrevivência.
o pouco que me agarra aqui é frágil, mas sustenta a vida.
todos os dias, as forças para abrir os olhos vão decaíndo.
o excesso de lucidez é vociferante: corrói vestígios de vida e afirma a vanidade de qualquer luta.
desisti de chorar: nada mais há a lavar numa alma sem sentido.
os acenos de vida e de esperança são bengalas frágeis a que nos agarramos tentando manter uma esperança em nenhures.
só há um final quando nada mais faz sentido, mas adiamos o inevitável.
afogo-me. forço-me a querer o que não quero. cada passo reitera a convicção do vazio de sentido.
vegete-se mais um pouco. masoquismo qb.
há quem o mereça. ainda assim estendo o braço e apoio a minha mão. por vós e apenas por vós.