há uma sublime vantagem em não nos alimentarmos do sonho - a realidade, na sua crueza, jamais aparece como surpreendente.
à inteligência requer-se originalidade.
o desvio das águas que correm é óbvio: troca-se a ilusão pela lucidez; a rotina deve substituir-se pela renovação. e as rotinas aparentes, de verdade camufladas, preenchem espaços vazios de nada.
há que iludir o vácuo.
as iusões da espera não se cultivam, não se plantam flores em jardins, não se sonha com amor e afinidades.
coloca-se a máscara da surpresa para enganar o futuro, breve futuro, desmascarado no presente.
ainda que sustentável nas raízes do passado, o presente apresenta-se presentificado em acto.
sobram as palavras para semidesvelar consciências opacas.